Orientação
Pedagógica nº 001 de 08 de maio de 2023 (em PDF)
Título: Acompanhamento
Bimestral do Processo de Alfabetização
Objetivos do Texto:
1.
Promover
a reflexão sobre as novas evidências
científicas no ramo da alfabetização (Texto 01);
2.
Apresentar
o exemplo de prática pedagógica exitosa de
uma professora do 1º Ano da rede municipal de Belém (Texto 02);
3.
Promover
uma reflexão sobre descobertas
científicas e tomada de atitude por meio de um filme (Um homem entre
gigantes);
4.
Motivar
as professoras a desenvolverem suas
próprias práticas pedagógicas conforme a sua realidade e ano escolar com o
objetivo principal de alcançar as metas mínimas em alfabetização até o fim do ano;
5.
Apresentar
o modelo padrão de Ficha de Acompanhamento
do Processo de Alfabetização (Modelo 3) para a monitoria da aprendizagem
dos alunos pela Coordenação Pedagógica.
Publicado em:
09/05/2023
Atualizado em: 20/09/2023
Caríssimas
professoras, infelizmente a rotina na Coordenação Pedagógica em nossa escola
tem dificultado os nossos diálogos pedagógicos em prol da melhoria do nosso
trabalho. Todavia, na busca de minimizar esse problema e usando a tecnologia
como ferramenta pedagógica é que algumas orientações serão publicadas nesta
página da internet. Essa iniciativa possibilitará a vossa consulta e reflexão
ainda que não tenhamos tempo de dialogar presencialmente.
1. Promover a reflexão sobre as
novas evidências científicas no ramo da alfabetização infantil (Texto
01);
1.1 Considerações sobre o TEXTO 01
Enquanto
professores alfabetizadores temos uma responsabilidade imensa diante do cenário
educacional do país. Em meio a preocupação de lhes fornecer as melhores
orientações pedagógicas possíveis recorrerei as evidências científicas relacionadas a alfabetização.
Tenho
certeza de que tal como foi a “constatação que os respectivos governos fizeram
(inclusive os derrotados) de quão importante tinha sido a contribuição dos
cientistas para a vitória militar sobre o nazismo” (p. 21) assim também será a
nossa constatação da importância de uma
alfabetização baseada em evidência científicas para vencer o analfabetismo.
A
busca de evidências científicas às
nossas práticas pedagógicas de alfabetização nos ajudarão a evitar
equívocos em nossas ações. Como diz no texto 1 “Os programas nacionais de
educação são baseados em teorias, quando muito em hipóteses, mas raramente em
evidências científicas.” (p. 23). Segundo o Texto 1:
Um
exemplo é o programa do Ministério da Educação intitulado Pacto Nacional da
Alfabetização na Idade Certa (PNAIC),
o qual prescreve que a alfabetização
ocorra até o final do 3º ano do ensino fundamental, quando a criança já está
com 8 anos de idade. Não há base sólida para essa prescrição, que
desconsidera as evidências científicas sobre a melhor idade para se
alfabetizar. E evidência não falta: a Academia Brasileira de Ciências, por
exemplo, publicou um importante documento em 2011, no qual alinha evidências
produzidas em diversas disciplinas, sobre a questão da alfabetização infantil.
O fato é que não houve, como na Saúde,
políticas estruturantes de fomento à Ciência, inspiradas pela Educação.
Tentamos, e conseguimos, enfrentar e resolver muitos problemas da Saúde, mas
nem tentamos nem muito menos resolvemos os da Educação. Em geral, a Educação
segue a norma do “esperar para ver”, tanto em seus planos como em suas ações. E
como as condições sociais para uma e para a outra são as mesmas em cada país
(desiguais e desfavoráveis no caso do Brasil), a diferença de eficácia está na
(falta de) Ciência.
De
fato, na Educação nosso país patina há
décadas, como se pode verificar pelos levantamentos feitos pela Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), instituição fundada
também no pós-guerra (1948) inicialmente reunindo 16 países europeus, e que se
ampliou para 34 países nos anos subsequentes.
A OCDE
realiza o bem conhecido levantamento PISA, que tem posicionado nosso país
dentre os últimos lugares no ranking de mais de 60 países avaliados atualmente.
Para chegarmos aos níveis de desempenho dos países-líderes (Finlândia,
inicialmente, Singapura no último levantamento), teremos que conseguir infletir
decisivamente a curva de desempenho de nossa Educação. O mais rápido possível,
enquanto é possível. E a hipótese é que isso só se consegue com o concurso da
Ciência, como se demonstrou no caso da Saúde: ações de política educacional baseadas em evidências científicas tanto
quanto seja possível. (Texto 1, p. 23, grifo meu)
Por
vezes, caras professoras, para realmente fazer a diferença na aprendizagem dos
alunos é preciso inovar. E isso por vezes também significa ir contra os “dogmas
educacionais” estabelecidos tal como fez Louis Pasteur (1822 – 1895) quando
“revolucionou a biologia pela negação do dogma aristotélico de geração
espontânea de vida” (Texto 1, p. 22).
Por
fim:
A
expectativa da Rede, e dos organizadores deste livro [e também minha
expectativa], é que os leitores sejam sensibilizados por essa nova abordagem, e que busquem novas
informações e uma constante atualização
em todos os aspectos científicos que impactam a educação. [...] Nem tudo é
ciência nessa relação complexa, é claro, e a ciência não é infalível. Mas com
ela, as intervenções serão mais seguras e o risco de insucesso menor. (Texto 1,
p. 24)
2. Apresentar o exemplo de prática
pedagógica exitosa de uma professora do 1º Ano da rede municipal de Belém
(Texto 02);
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na imagem abaixo para acessar a obra completa
2.1 Considerações sobre o TEXTO 02
No Texto 2 temos o relato incrível da
professora Amarilze Sfair da Costa
que em 2011 na cidade de Belém conseguiu alfabetizar 100% dos alunos de duas
turmas de C1 1º Ano. Essa experiência
exitosa comprova que é possível alfabetizar crianças ainda no 1º Ano das
séries iniciais com 6 anos de idade.
Além de superar a orientação
do programa do Ministério da Educação intitulado Pacto Nacional da
Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), o qual prescreveu que a alfabetização
ocorresse até o final do 3º ano do ensino fundamental, quando a criança já estaria
com 8 anos como visto no Texto 1.
As autoras do Texto 2 citam o Projeto Expertise em Alfabetização cujo
foco estava em garantir o direito de todas as crianças das escolas municipais
aprenderem com qualidade.
[...] foi necessário construir
uma rede de responsabilidades com as
aprendizagens dos educandos, a começar pelos professores, coordenadores, [familiares]
gestores e técnicos da Secretaria Municipal de Educação de Belém, a partir das
diretrizes do Projeto.
Desde o ano de 2007, o Projeto
vem sendo reconstruído a partir dos estudos, trocas de experiências e
construções coletivas de sequências didáticas com atividades exitosas no processo de aprendizagem da leitura e escrita.
Dentre elas, destacamos o uso de
um texto (com gêneros diversos) por um período de duas a três semanas, cujas
palavras norteariam os estudos de letras e sílabas; o glossário de palavras; o
alfabeto móvel e o ditado diário como as atividades que efetivamente fazem os
alunos avançarem em suas hipóteses de escrita. (Texto 2, p. 155, grifo meu)
2.2 Relato da professora Amarilze Sfair da Costa:
Em seu relato de experiência,
feito para seu grupo de estudos, no
encontro de formação que reuniu 28 professoras, no dia 05 de dezembro de 2011,
como parte das ações do Projeto
Expertise em Alfabetização, a professora Amarilze Sfair da Costa
compartilhou, com seu jeito sincero, emocionado e comprometido, o trabalho
realizado durante um ano letivo que promoveu
a alfabetização de 100% dos alunos (6 anos) de duas turmas de CI 1º ano, na
Escola Municipal Palmira Lins de Carvalho, localizada no Bairro da Marambaia em
Belém-PA.
Em seu relato ficaram evidentes
as ações metodológicas e
estruturantes escolhidas pela professora: avaliação
diagnóstica, trabalho com o nome próprio, uso de letra de imprensa primeiro,
ditado diário, trabalho com texto e atividades diversificadas. (Texto 2, p.
155-156, grifo meu)
Avanço gradativo da aprendizagem e intervenções mais
diretas.
O crescimento gradativo e
constante nas aprendizagens da turma C11202, foi semelhante a C11101.
No mês de abril aparece apenas 4
alunos pré-silábicos que no início do mês de maio já passam para o próximo
nível.
Em junho, a concentração está no
nível alfabético. Vale ressaltar que a meta do Projeto para o mês de junho era
de todos os alunos 100% no nível alfabético.
Em
agosto, os quatro alunos que permaneciam silábicos foram colocados em foco, ou
seja, tiveram uma intervenção mais direta da professora para que fossem
desafiados a avançarem com os demais.
E no início de dezembro: TODOS
ALFABETIZADOS! (Texto 2, p. 162, grifo meu)
Desafios no início do ano letivo.
O desafio que se apresenta, ao
iniciar o ano letivo é grande, pois a característica das turmas são de, praticamente, todos os alunos no primeiro
nível da psicogênese da escrita, ou seja no período pré-silábico. E via de
regra esta é a característica dos alunos,
de um modo geral, na entrada do primeiro ano do ciclo nas escolas públicas
municipais de Belém, fato que ocorre devido a pouca vivência destes alunos,
antes dos 6 anos, com materiais e atos de leitura e não por carência cognitiva. (Texto 2, p. 157, grifo meu)
2.3
Reforçando o que já foi dito...
Diante
de todas as evidências que temos hoje sobre a alfabetização infantil, inclusive
do que temos no Texto 2, a orientação do programa do Ministério da Educação
intitulado Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), o qual
prescreveu que a alfabetização ocorresse até o final do 3º ano do ensino
fundamental, quando a criança já estaria com 8 anos de idade foi um equívoco,
pois não havia base sólida para essa prescrição, que desconsiderou as evidências científicas sobre a melhor idade para se
alfabetizar.
Caríssimas
professoras, estamos muito próximos de estabelecer um novo paradigma com a
relação a alfabetização infantil.
O
paradigma é: a alfabetização de todos os
alunos em nossa escola ainda no 1º Ano do Ensino Fundamental.
Talvez
isso ainda não seja possível neste ano letivo de 2023, porém vamos juntos
iniciar esse processo.
3. Promover uma reflexão sobre descobertas
científicas e tomada de atitude por meio de um filme (Um homem entre
gigantes);
Sinopse: Dr. Bennet Omalu (Will Smith), neuropatologista forense, diagnostica um severo trauma cerebral em um jogador de futebol americano e, investigando o assunto, descobre se tratar de um mal comum entre os profissionais do esporte. Determinado a reverter o quadro e expor para o mundo a grave situação, ele trava uma guerra contra a poderosa NFL.
4. Motivar as professoras a
desenvolverem suas próprias práticas pedagógicas conforme a sua realidade e ano
escolar com o objetivo principal de alcançar as metas mínimas em alfabetização
até o fim do ano;
Diante
de tudo o que foi exposto até aqui solicito que cada professora do C1 (1º, 2º e
3º Ano) ou grupo de professoras por ano, de
acordo com a realidade de cada turma, inspiradas principalmente no exemplo
da professora Amarilze desenvolvam as
suas próprias práticas pedagógicas visando o alcance das metas mínimas em
alfabetização para cada ano.
4.1 Projeto de
Intervenção Pedagógica
Orienta-se
que essas práticas individuais ou em grupo de professoras sejam escritas em
forma de Projeto de Intervenção
Pedagógica e seja enviada uma cópia à coordenação pedagógica para
acompanhar o processo.
5. Apresentar o modelo padrão de Ficha
de Acompanhamento do Processo de Alfabetização (Modelo 3) para a monitoria da
aprendizagem dos alunos pela Coordenação Pedagógica.
O
acompanhamento do processo de alfabetização é essencial para o êxito dos
alunos. O método da professora Amarilze foi o acompanhamento mensal da evolução
dos alunos conforme a tabela abaixo (Texto 02, pg. 161).
No momento, diante da nossa realidade faremos o acompanhamento bimestral da evolução dos alunos conforme as metas mínimas em alfabetização para cada ano. Diante disso foi criada uma Ficha de Acompanhamento Bimestral do Processo de Alfabetização que deve ser entregue à coordenação ao final de cada Conselho de Ciclo.
5.1 Modelo de Ficha de
Acompanhamento Bimestral do Processo de Alfabetização
As contribuições
das professoras também podem ser enviadas para o e-mail: edenilson.coord.pedag@gmail.com